Em um mundo cada vez mais digital, é essencial que as empresas tomem medidas para proteger seus ativos de informação. Uma das medidas mais importantes é a segregação de permissões em sistemas computacionais.
A segregação de permissões, também conhecida como segregação de funções (SoD), é o conceito de dividir responsabilidades e privilégios entre vários usuários para evitar que uma única pessoa tenha controle excessivo sobre um sistema ou dados críticos. Em termos práticos, significa que os usuários devem ter apenas as permissões necessárias para executar suas tarefas e nada mais. Esse princípio é conhecido como o princípio do menor privilégio (PoLP).
Por que a segregação de permissões é importante?
Existem muitas razões pelas quais a segregação de permissões é importante, incluindo:
- Redução do risco de fraude interna: Quando as permissões são segregadas, é mais difícil para um único usuário cometer fraudes, pois ele precisaria conluiar com outros usuários para obter as permissões necessárias.
- Minimização de erros: A segregação de permissões ajuda a reduzir o risco de erros, pois os usuários têm apenas as permissões necessárias para executar suas tarefas, o que diminui a probabilidade de eles executarem ações que não tinham a intenção de realizar.
- Proteção contra ataques externos: Se um ataque externo comprometer uma conta de usuário, a segregação de permissões limita o dano que o invasor pode causar, pois a conta comprometida terá acesso limitado a recursos e funções.
- Melhor conformidade: Muitos regulamentos, como o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) e a Lei Sarbanes-Oxley (SOX), exigem que as empresas implementem a segregação de permissões para proteger dados confidenciais.
Exemplos de segregação de permissões em serviços em nuvem e plataformas
A segregação de permissões não é um conceito novo e é amplamente aplicada em várias plataformas e serviços. Veja como ela se manifesta em alguns dos principais provedores de nuvem e plataformas:
- Amazon Web Services (AWS): A AWS usa o Gerenciamento de Identidade e Acesso (IAM) para controlar o acesso a recursos. Com o IAM, você pode criar usuários e grupos com permissões específicas para executar ações em serviços e recursos da AWS. Por exemplo, você pode ter um grupo para desenvolvedores com permissões para iniciar e parar instâncias EC2, outro grupo para operadores com permissões para monitorar o desempenho do sistema e um grupo separado para analistas de segurança com permissões para acessar logs de segurança.
- Microsoft Azure: O Azure usa o Controle de Acesso Baseado em Função (RBAC) para gerenciar o acesso a recursos. O Azure RBAC permite atribuir funções a usuários, grupos ou entidades de serviço, concedendo-lhes permissões para executar tarefas específicas. Por exemplo, você pode atribuir a função “Proprietário” a um usuário, que tem controle total sobre um recurso, a função “Contribuidor” a um usuário que pode gerenciar um recurso, mas não pode alterar suas configurações de segurança, e a função “Leitor” a um usuário que só pode visualizar um recurso.
- Microsoft Office 365: O Office 365 também usa o RBAC para gerenciar o acesso a vários serviços e recursos, como Exchange Online, SharePoint Online e Teams. Os administradores podem atribuir diferentes funções aos usuários, como “Administrador Global”, “Administrador do Exchange” ou “Administrador do SharePoint”, cada uma com um conjunto diferente de permissões. Por exemplo, um Administrador Global tem controle total sobre o locatário do Office 365, enquanto um Administrador do SharePoint tem controle apenas sobre os sites do SharePoint.
- Google Workspace: O Google Workspace usa um sistema baseado em funções para gerenciar o acesso de usuários a diferentes aplicativos e serviços. Os administradores podem atribuir funções como “Super Administrador”, “Administrador de Grupos” ou “Administrador de Serviços” aos usuários, concedendo-lhes permissões específicas. Além disso, o Google Workspace permite a criação de funções personalizadas, permitindo que os administradores definam permissões granulares para usuários ou grupos específicos com base em suas necessidades.
Riscos de não segregar permissões
Se uma empresa não segregar permissões, ela corre os seguintes riscos:
- Aumento do risco de violações de dados: Se um único usuário tiver permissões excessivas, um ataque bem-sucedido à sua conta pode comprometer todo o sistema, levando a violações de dados confidenciais.
- Maior probabilidade de atividade maliciosa interna: Usuários insatisfeitos ou mal-intencionados com permissões excessivas podem explorar seu acesso para roubar dados, sabotar sistemas ou cometer fraudes.
- Dificuldade em detectar e responder a incidentes de segurança: Sem a segregação de permissões adequada, torna-se difícil rastrear as ações de usuários individuais e identificar a origem de um incidente de segurança.
- Não conformidade com regulamentos: A não conformidade com regulamentos que exigem a segregação de permissões pode resultar em multas pesadas e danos à reputação.
A segregação de permissões é uma medida de segurança essencial que todas as empresas devem implementar. Ao dividir responsabilidades e privilégios entre vários usuários, as empresas podem reduzir significativamente seu risco de fraude interna, erros, ataques externos e violações de dados. Como mostrado com os exemplos de AWS, Azure, Microsoft Office 365 e Google Workspace, a segregação de permissões é um princípio fundamental de segurança em nuvem e gerenciamento de identidade e acesso. As empresas devem priorizar a segregação de permissões e o princípio do menor privilégio para proteger seus ativos de informação e manter uma forte postura de segurança.
Se você não tiver certeza se sua empresa está segregando permissões adequadamente, recomendo que você entre em contato com um especialista em segurança. Eles podem ajudá-lo a avaliar sua postura de segurança atual e recomendar melhorias. Não espere que um incidente de segurança aconteça para agir. Implemente a segregação de permissões hoje mesmo e proteja seu negócio.