computação em nuvem está cheia de boas práticas… e de mitos mal explicados. Um dos mais comuns entre desenvolvedores e engenheiros de infraestrutura é este:
“Evite usar a us-east-1a na AWS porque ela está sempre sobrecarregada.”
Mas será que isso faz sentido?
Será que escolher a Availability Zone “B” ou “C” em vez da “A” realmente melhora sua arquitetura?
Neste artigo, vamos esclarecer esse mito com base em documentação oficial da AWS, explicar como as Availability Zones realmente funcionam e mostrar o que você deve considerar de verdade ao arquitetar aplicações escaláveis e resilientes.
✅ O que são Availability Zones (AZs) na AWS?
As Availability Zones são locais físicos separados dentro de uma mesma região da AWS. Elas são projetadas para oferecer isolamento de falhas, baixa latência e alta disponibilidade.
Por exemplo, na região us-east-1 (Norte da Virgínia), você pode ver as zonas listadas como:
- us-east-1a
- us-east-1b
- us-east-1c
- etc.
E aqui está o ponto-chave:
Esses códigos de zona (como “1a”, “1b”) não são fixos para todos os clientes.
Segundo a documentação oficial:
“AWS independently maps Availability Zones to identifiers for each account. For example, the us-east-1a Availability Zone for one account might not be the same physical location as us-east-1a for another account.”
Ou seja: a “us-east-1a” da sua conta pode ser fisicamente diferente da “us-east-1a” de outro cliente.
❌ O perigo de acreditar no mito da “zona lotada”
A falsa ideia de que a “us-east-1a está sempre lotada” leva muitos times a cometer erros como:
- Forçar uso de outras zonas sem planejamento;
- Criar dependência em zonas específicas;
- Ignorar a real importância do balanceamento entre AZs.
E o pior: isso não garante nenhuma melhora de desempenho ou disponibilidade, porque a distribuição real dos recursos é feita pela AWS por trás dos bastidores.
✅ O que fazer em vez disso?
Aqui vão boas práticas reais e comprovadas para trabalhar com AZs na AWS:
1. Use múltiplas zonas em sua arquitetura
Distribua seus recursos (como instâncias EC2, ECS, RDS, ALBs etc.) entre pelo menos duas AZs. Isso garante resiliência em caso de falha física em uma delas.
2. Nunca codifique o nome da AZ
Evite hardcodear us-east-1a
, 1b
etc. Use abstrações como Auto Scaling Groups com subnets balanceadas e Target Groups para distribuição automática.
3. Deixe a AWS gerenciar capacidade e alocação
A AWS é otimizada para lidar com escalonamento e alocação de forma eficiente. Confie nos mecanismos de placement groups e elasticity.
4. Acompanhe capacidade regional
Use o Service Quotas e Personal Health Dashboard para saber se há limitações temporárias em alguma região, mas não assuma que um código de zona é mais ou menos lotado.
🧠 Conclusão: o nome da AZ não importa — a estratégia sim
Arquitetura de nuvem bem-feita não se baseia em suposições sobre letras ou nomes de zona.
Ela se baseia em distribuição inteligente, redundância planejada e observabilidade constante.
Se você ou sua equipe ainda estão evitando usar a “us-east-1a” por medo, vale revisar seus fundamentos. O que parece “boato de bastidor” muitas vezes é apenas um ruído que atrasa sua evolução em cloud.
A fonte da verdade esta aqui: https://docs.aws.amazon.com/pt_br/ram/latest/userguide/working-with-az-ids.html
Se quiser, ouça o podcast abaixo gerado por IA que explica muito bem sobre este assunto:
📣 Quer ver isso em ação?
Fizemos um vídeo rápido e realista no Veo 3 (que ficou ligeramente engraçado rs) que mostra, em 8 segundos, o contraste entre o caos de quem acredita no mito e a paz de quem entende como a AWS realmente funciona.
Assista abaixo: