Cometa interestelar pode cruzar trajetória de sondas espaciais

3I_interstellar comet orbit

O cometa interestelar 3I/ATLAS se destacou em 2025 como um objeto de origem extrassolar que atravessa o Sistema Solar com características jamais vistas em cometas conhecidos. Descoberto em 1º de julho pelo sistema ATLAS no Chile, o cometa atraiu atenção mundial ao atingir seu ponto mais próximo do Sol no final de outubro, viajando a impressionantes 58 km/s.

Origem e Trajetória

O 3I/ATLAS é o terceiro objeto interestelar confirmado a visitar o Sistema Solar, após 1I/ʻOumuamua e 2I/Borisov. Sua trajetória hiperbólica indica que ele nunca esteve em órbita do Sol, vindo de fora do nosso sistema planetário e destinado a retornar ao espaço interestelar após sua passagem. No periélio, o cometa passou a 1,36 unidade astronômica do Sol (aproximadamente 203 milhões de km) e não representa perigo para a Terra, mantendo distância segura de cerca de 270 milhões de km.

Características Químicas e Físicas Únicas

O que torna o 3I/ATLAS singular é sua composição química. Observações do Telescópio Espacial James Webb revelaram uma coma dominada por dióxido de carbono em uma proporção oito vezes maior que a de água, algo nunca antes registrado em cometas. Além disso, partículas incomuns, como tetracarboneto de níquel, foram detectadas, ampliando as intrigantes particularidades deste visitante interestelar. Seu núcleo sólido, estimado entre 320 metros e 5,6 km de diâmetro, libera atividade cometária desde distâncias superiores a três unidades astronômicas do Sol.

Oportunidade Científica

A passagem do 3I/ATLAS oferece uma rara chance para a ciência. Os missionários espaciais Europa Clipper (NASA) e Hera (ESA) provavelmente cruzarão a cauda iônica do cometa em janelas próximas ao final de outubro e início de novembro, podendo coletar dados inéditos sobre a interação do vento solar com material interestelar. Essa situação inédita permitirá o estudo direto da composição e comportamento da cauda de um cometa que jamais se formou no Sistema Solar.

Impacto e Visibilidade

O cometa segue visível até março de 2026, oferecendo aos astrônomos a chance de ampliar o conhecimento sobre objetos que vagam pelo espaço interestelar. Combinando técnicas avançadas em telescópios terrestres e espaciais, o 3I/ATLAS ajuda a desvendar as condições de formação e composição química de sistemas estelares distantes, contribuindo para a astrofísica e a compreensão do universo.


A passagem do cometa 3I/ATLAS pelo Sistema Solar não apenas aumenta o entendimento sobre cometas interestelares, mas também abre um novo capítulo na exploração espacial com missões humanas interagindo diretamente com um corpo celestial originado fora de nosso sistema. A ciência acompanha ansiosa as descobertas que essa jornada única ainda pode revelar.

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