Amazon anuncia demissão de até 30 mil funcionários corporativos em busca de eficiência e cortes de custos

fachada-amazon-848x477

A gigante do comércio eletrônico Amazon está promovendo uma significativa redução em seu quadro de funcionários administrativos, estimada em até 30 mil desligamentos globais. Esta ação corporativa acontece em meio a um cenário de estabilização do comércio online pós-pandemia e o impulso crescente de automação por meio da inteligência artificial (IA), que remodela funções e processos internos. A decisão, anunciada poucos dias antes da divulgação dos resultados trimestrais da empresa, evidencia uma estratégia para conter custos, simplificar a hierarquia e renovar sua operação para os próximos anos.

Durante o auge da pandemia de Covid-19, a Amazon expandiu rapidamente seu quadro de funcionários para atender o aumento exponencial da demanda online, principalmente nos setores de logística e serviços digitais. No entanto, com o retorno a um ritmo mais normalizado de consumo, essa estrutura se tornou excessivamente inchada, especialmente nos departamentos corporativos, que representam cerca de 350 mil funcionários globalmente.

O CEO Andy Jassy tem conduzido desde 2024 uma reestruturação interna para eliminar o que ele classifica como “excesso de burocracia” e elevar a eficiência operacional. Para isso, foram implementadas iniciativas como uma linha anônima para denúncias e sugestões de melhoria, resultando em centenas de mudanças de processo. Além disso, a companhia aposta fortemente na inteligência artificial para automatizar tarefas repetitivas e rotineiras, o que poderá reduzir ainda mais cargos administrativos nos próximos anos.

Os cortes afetarão áreas como recursos humanos, computação em nuvem (AWS), dispositivos eletrônicos (Fire TV, Echo), publicidade, operação corporativa e logística. Estima-se que cerca de 10% do quadro corporativo será impactado, o que representa o maior processo de demissão desde 2022, quando 27 mil empregos foram eliminados.

Além da necessidade de controlar custos diante da queda nos picos da demanda, a Amazon busca transformar sua operação com tecnologias robóticas para automatizar processos físicos em seus armazéns, projetando evitar a contratação de mais de 160 mil funcionários nos Estados Unidos até 2027.

A decisão da Amazon de promover um corte tão expressivo é um reflexo das mudanças estruturais que a tecnologia impõe ao mercado de trabalho contemporâneo. A adoção acelerada da inteligência artificial e a digitalização profunda promovem ganhos de eficiência, mas também geram desafios sociais e econômicos complexos, sobretudo para os trabalhadores afetados.

Embora tais demissões possam ser vistas como um passo necessário para a competitividade e sustentabilidade financeira da empresa, é fundamental que haja um equilíbrio que inclua suporte efetivo aos funcionários desligados, seja por meio de pacotes de benefícios, programas de requalificação profissional e políticas públicas que auxiliem na reinserção desses profissionais.

O caso da Amazon serve como um alerta sobre a importância de repensar o papel das grandes corporações e da sociedade diante da revolução digital. É urgente promover diálogos que integrem inovação tecnológica ao desenvolvimento humano, garantindo que avanços sejam compatíveis com justiça social, inclusão e bem-estar coletivo, e não se convertam apenas em sinônimos de exclusão e precarização do trabalho.

Este processo também suscita uma reflexão para as empresas de todos os setores: como equilibrar investimentos em automação e inteligência artificial com uma gestão humanizada e estratégica do capital humano? A resposta a essa questão definirá, em grande parte, o futuro das relações de trabalho na próxima década.

Gostou do artigo? Não se esqueça de curtir e compartilhar o artigo para ajudar mais pessoas com dúvidas em tecnologia.