O governo brasileiro, sob a presidência de Lula, optou por utilizar a Telebras para fornecer internet via satélite em áreas remotas, em vez da Starlink, empresa de Elon Musk. Essa decisão foi tomada principalmente por dois motivos:
- Soberania e segurança nacional: O governo considera estratégico ter controle sobre a infraestrutura de comunicação do país, especialmente em áreas remotas e de fronteira. Acredita-se que a Telebras, como estatal, oferece maior segurança e confiabilidade no fornecimento de internet para escolas e outras instituições governamentais.
- Custos e concorrência: A utilização da Telebras pode ser mais econômica para o governo a longo prazo, já que a empresa já possui infraestrutura e expertise na área de telecomunicações. Além disso, a entrada da Telebras no mercado de internet via satélite pode estimular a concorrência e reduzir os preços para os consumidores.
Como o governo pretende fazer isso?
A Telebras já opera o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), que tem capacidade de fornecer internet banda larga em todo o território nacional. O governo pretende utilizar a infraestrutura já existente do SGDC e da Telebras para expandir o acesso à internet em áreas remotas, especialmente em escolas e unidades de saúde.
No entanto, existem desafios a serem superados. A tecnologia da Starlink, com sua constelação de satélites em órbita baixa, oferece algumas vantagens em relação à tecnologia geoestacionária do SGDC, como menor latência e maior velocidade de conexão. O governo precisará investir em tecnologia e infraestrutura para garantir que a Telebras possa oferecer um serviço de qualidade equivalente ou superior ao da Starlink.
Por que o governo não usou o satélite antes?
O governo brasileiro já possuía o SGDC desde 2017, mas sua utilização para fornecer internet banda larga em áreas remotas enfrentou alguns desafios:
- Infraestrutura terrestre: A utilização do SGDC para fornecer internet exige uma infraestrutura terrestre de recepção e distribuição do sinal, como antenas e equipamentos de comunicação. A construção dessa infraestrutura em áreas remotas e de difícil acesso pode ser complexa e onerosa.
- Prioridades do governo anterior: Durante o governo anterior, a prioridade do SGDC era a comunicação estratégica e a defesa nacional. A utilização do satélite para fornecer internet banda larga não era uma prioridade política naquele momento.
- Questões orçamentárias: A construção da infraestrutura terrestre e a implementação de um programa de acesso à internet via satélite exigem investimentos significativos. Em um cenário de restrições orçamentárias, o governo anterior pode ter optado por adiar esses investimentos.
- Limitações tecnológicas: O SGDC, por ser um satélite geoestacionário, possui algumas limitações tecnológicas em relação aos satélites de órbita baixa, como a Starlink. A latência (tempo de resposta) do SGDC é maior, o que pode prejudicar a qualidade da conexão em algumas aplicações, como jogos online e videoconferências.
Com a mudança de governo e a priorização da inclusão digital, o novo governo decidiu investir na utilização do SGDC para expandir o acesso à internet em áreas remotas. Apesar dos desafios, o governo acredita que a Telebras, com sua expertise em telecomunicações, será capaz de implementar um programa de acesso à internet via satélite eficiente e de qualidade.
A decisão de priorizar a Telebras em detrimento da Starlink pode ser vista como uma escolha impulsionada por ideologias de soberania e segurança nacional, bem como pela tentativa de fomentar a concorrência e reduzir custos. No entanto, essa decisão pode resultar em atrasos e desafios tecnológicos que precisam ser enfrentados com investimentos substanciais. É crucial que o governo equilibre a busca por soberania com a necessidade de oferecer uma conexão de qualidade e eficiente para áreas remotas do Brasil.
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